A iluminação dos filmes de animação da produtora americana conta com o toque de Afonso Salcedo.
Aos 30 anos, Afonso Salcedo trabalha na Pixar , um emprego de sonho para todos os que gostam de cinema de animação. Há quatro anos que está na empresa, onde trabalha na iluminação dos filmes, como "Up - Altamente!". Afonso Salcedo partilha a sua história em discurso directo:
"Nasci em Bay Area, no Norte da Califórnia. Os meus pais são portugueses, mas vivíamos lá porque o meu pai estava a doutorar-se na Universidade de Stanford. Regressámos ao Porto quando eu ainda era um bebé. Lembro-me de ter visto o primeiro Macintosh com 5 anos. Os meus pais compraram-no na Califórnia quando foi lançado, em 1984. Fiquei fascinado. Nessa altura senti que os computadores teriam um papel importante na minha vida. A paixão pelo cinema veio com filmes como "Abismo" ou "Indiana Jones", mas nunca imaginei que isso pudesse ser uma opção de carreira. Fui sempre óptimo aluno, mas, ao entrar na universidade, senti-me fora de sítio. Felizmente, os meus pais sempre me apoiaram muito. Encorajaram-me a ir para o estrangeiro e descobrir a minha verdadeira paixão. Deram-me as asas que precisava para me tornar a pessoa que sou hoje. Em Londres, fiz licenciatura e, mais tarde, mestrado em Engenharia Informática. Quando terminei, tive a minha primeira entrevista numa grande empresa de consultoria em Tecnologias da Informação. Lembro-me de estar lá de fato e gravata à espera dos entrevistadores. Ainda hoje lhes agradeço por se terem atrasado cinco minutos, porque esse tempo foi suficiente para eu perceber que aquilo não era carreira para mim. Pedi desculpa e saí antes de ser entrevistado. Acabei por encontrar uma escola cujo objectivo era apoiar uma carreira no mundo dos efeitos visuais. De repente, tudo fez sentido. Computadores, arte e cinema. Só então percebi que, sendo essas as minhas três maiores paixões, era possível encontrar uma profissão que adorasse. Quando acabei o curso, arranjei emprego num dos principais estúdios londrinos, a Framestore. Comecei por baixo. Fiz turnos de 12 horas, e o trabalho era muito menos artístico do que hoje, mas colaborei em grandes produções, como "Tróia" e "Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban". Depois de seis anos em Londres, fiz a mala e vim para São Francisco. Mal aterrei, senti-me em casa. Entrei na Pixar para fazer um estágio de Inverno e fui subindo lentamente. Agora sou artista de iluminação, e "Up - Altamente!" é o meu quarto filme aqui. Somos cerca de mil pessoas e temos um com tudo para nos mantermos motivados. Há piscina, ginásio, campos de futebol, basquetebol e voleibol para podermos apanhar ar fresco e relaxar os olhos. Também já tive aulas de caligrafia chinesa e estou agora a aprender italiano. Não podia estar a divertir-me mais."
"Nasci em Bay Area, no Norte da Califórnia. Os meus pais são portugueses, mas vivíamos lá porque o meu pai estava a doutorar-se na Universidade de Stanford. Regressámos ao Porto quando eu ainda era um bebé. Lembro-me de ter visto o primeiro Macintosh com 5 anos. Os meus pais compraram-no na Califórnia quando foi lançado, em 1984. Fiquei fascinado. Nessa altura senti que os computadores teriam um papel importante na minha vida. A paixão pelo cinema veio com filmes como "Abismo" ou "Indiana Jones", mas nunca imaginei que isso pudesse ser uma opção de carreira. Fui sempre óptimo aluno, mas, ao entrar na universidade, senti-me fora de sítio. Felizmente, os meus pais sempre me apoiaram muito. Encorajaram-me a ir para o estrangeiro e descobrir a minha verdadeira paixão. Deram-me as asas que precisava para me tornar a pessoa que sou hoje. Em Londres, fiz licenciatura e, mais tarde, mestrado em Engenharia Informática. Quando terminei, tive a minha primeira entrevista numa grande empresa de consultoria em Tecnologias da Informação. Lembro-me de estar lá de fato e gravata à espera dos entrevistadores. Ainda hoje lhes agradeço por se terem atrasado cinco minutos, porque esse tempo foi suficiente para eu perceber que aquilo não era carreira para mim. Pedi desculpa e saí antes de ser entrevistado. Acabei por encontrar uma escola cujo objectivo era apoiar uma carreira no mundo dos efeitos visuais. De repente, tudo fez sentido. Computadores, arte e cinema. Só então percebi que, sendo essas as minhas três maiores paixões, era possível encontrar uma profissão que adorasse. Quando acabei o curso, arranjei emprego num dos principais estúdios londrinos, a Framestore. Comecei por baixo. Fiz turnos de 12 horas, e o trabalho era muito menos artístico do que hoje, mas colaborei em grandes produções, como "Tróia" e "Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban". Depois de seis anos em Londres, fiz a mala e vim para São Francisco. Mal aterrei, senti-me em casa. Entrei na Pixar para fazer um estágio de Inverno e fui subindo lentamente. Agora sou artista de iluminação, e "Up - Altamente!" é o meu quarto filme aqui. Somos cerca de mil pessoas e temos um com tudo para nos mantermos motivados. Há piscina, ginásio, campos de futebol, basquetebol e voleibol para podermos apanhar ar fresco e relaxar os olhos. Também já tive aulas de caligrafia chinesa e estou agora a aprender italiano. Não podia estar a divertir-me mais."
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