quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Portugueses criam pijama para tratar a dermatite


De forma a fazer frente ao desconforto provocado pela dermatite, uma equipa de investigadores portugueses criou um pijama que pretende aliviar os sintomas da doença. Este "pijama cicatrizante" pode mesmo ajudar a tratar a dermatite atópica e os investigadores estão à procura de voluntários para o testar. O projeto intitulado "2nd Dermis" está a ser posto em prática por alunos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e pretende "avaliar a eficácia da utilização de peças de vestuário (camisola interior e leggings) com características especiais" no tratamento desta doença cutânea, explica a Lusa. Os investigadores estão, neste momento, a recrutar doentes que queiram testar a roupa. "Basta usarem as peças de vestuário todas as noites, durante dois meses", explicou Cristina Lopes, responsável pelo estudo, garantindo que a colaboração não implica a toma de qualquer medicamento. No total, a equipa espera incluir duas centenas de pacientes com dermatite atópica, que tenham idade superior a 12 anos. No início e no fim do estudo, os participantes vão ser analisados por um médico, altura em que devem responder a um questionário relativo à qualidade de vida e fazer uma análise de sangue. Esta será a forma de analisar a eficácia do pijama.
Tudo graças ao quitosano
O pijama a ser testado pode lavar-se mais de 30 vezes sem perder as suas características. É feito de um tecido de algodão orgânico especial, impregnado com quitosano, uma propriedade que mostrou reduzir in vitro a proliferação de bactérias provenientes da pele de doentes com a doença. O quitosano é um componente natural antimicrobiano e cicatrizante, usado no tratamento de queimaduras e feridas cirúrgicas. Os pijamas estão a ser confecionados por uma empresa de Guimarães e são feitos de tecidos suaves e confortáveis. "Se for comprovado o efeito benéfico dos têxteis impregnados em quitosano, os doentes com dermatite atópica beneficiarão de uma forma simples de tratamento complementar", disse a investigadora da FMUP. Esta ideia surgiu em consequência de um projeto que envolveu o Serviço e Laboratório de Imunologia da FMUP e vários outros centros de investigação (Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, Centro de Nanotecnologia e Materiais Inteligentes, Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal e Faculdade de Farmácia da U.Porto). A dermatite atópica é uma doença cutânea inflamatória crónica, caracterizada pelo aparecimento de manchas, lesões na pele e comichão, que afeta sobretudo as crianças. Os interessados em inscreverem-se no estudo podem fazê-lo online na página da FMUP (Clique AQUI) ou diretamente no Instituto CUF Porto.

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